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A Bancada Revolucionária de Trabalhadores é uma candidatura coletiva para o cargo de vereador em São Paulo, composta por três lutadores: Diana Assunção, Letícia Parks e Marcello Pablito. Ao invés da candidatura convencional, com apenas um candidato, nós estamos compondo nossa candidatura com três pessoas para fortalecer a luta dos trabalhadores, das mulheres, dos negros, LGBTs e da juventude: somos a Bancada Revolucionária de Trabalhadores. Atuamos conjuntamente há anos. Encaramos essa batalha como parte da nossa luta contra o governo Bolsonaro, contra todo o regime do golpe institucional e para que sejam os capitalistas que paguem pela crise. Para isso lutamos por uma política que supere o PT pela esquerda.

Essa candidatura se insere no segundo ano do reacionário governo Bolsonaro, Mourão e dos militares, fruto do golpe institucional no país, que veio para fazer ataques ainda mais profundos do que o PT fez em seu último mandato. Lutamos com força por justiça a Marielle. Mas também é no momento da pandemia, em que a população fica dividida entre a contaminação e as mazelas da covid-19 e as consequências da crise econômica. Tudo isso em meio a um regime golpista sustentado pelo Poder Judiciário, pelo Congresso Nacional e pelos governadores. Sendo assim, como lutadoras e lutadores, encaramos nossa luta sob uma perspectiva nacional, sendo parte das manifestações pela derrubada de Bolsonaro, mas sem cair nas alternativas por dentro do regime, como o impeachment, que abriria espaço para a entrada do General Mourão. Lutamos por Fora Bolsonaro, Mourão e os militares, mas também para alterar não somente os jogadores, e sim as regras do jogo, por isso defendemos a necessidade de uma nova Constituinte imposta pela nossa mobilização, onde os trabalhadores poderão fazer a experiência com os limites dessa democracia dos ricos e, se auto-organizando, lutar por um governo dos trabalhadores.

Mas aqui queremos, a partir desta perspectiva, apresentar o programa da nossa candidatura. Em primeiro lugar nos enfrentamos com o governo estadual de João Doria e sua reforma administrativa (PL 529) e contra o legado de Bruno Covas – atual prefeito em busca da reeleição – que vai desde o ataque à previdência com SampaPrev  até a reforma administrativa municipal (Lei 17.433) abrindo um longo caminho de privatizações e redução de serviços à população. Nos enfrentamos diretamente com os candidatos à prefeitura Celso Russomano e  Bruno Covas, e junto a Marcio França e outros candidatos, como Joice Hasselman, representam os patrões e os ataques contra os trabalhadores. Por outro lado, não consideramos que para enfrentar esses políticos o PT seja uma alternativa com Jilmar Tatto nem com os sindicatos que dirige através da CUT que atuam como uma burocracia na luta dos trabalhadores. E vemos com muita importância que um amplo setor de trabalhadores e jovens vejam na candidatura de Boulos e Erundina uma alternativa à esquerda do PT, e queremos fazer um importante debate com essa candidatura sobre seu programa, por isso apresentamos aqui qual o programa que consideramos necessário para fazer com que os capitalistas paguem pela crise.

Somos militantes do Movimento Revolucionário de Trabalhadores (MRT) e encaramos as eleições e o parlamento como um espaço para potencializar a nossa luta e organização, e não como cargos ou meios de enriquecer. Inclusive, o primeiro obstáculo que enfrentamos, assim como cada trabalhador que queira expressar sua voz nas eleições, é esse regime golpista, que se diz democrático, mas que na prática só é livre para os ricos. O regime partidário brasileiro impõe uma série de restrições para um partido político se legalizar, beneficiando sempre os que têm mais recursos. E o regime eleitoral é cada vez mais antidemocrático, não permitindo que organizações sem legalidade ou trabalhadores independentes possam se candidatar. Por isso, lançamos nossa candidatura pelo PSOL, que nos concedeu sua legenda através de filiação democrática para que possamos defender as nossas próprias ideias.

Mas essa é só uma das primeiras barreiras: os partidos dos patrões têm tempo de televisão para apresentar suas ideias; têm milhões de reais para fazer propaganda; têm espaço nos jornais; alguns, como um dos líderes nas pesquisas à prefeitura, Celso Russomanno, têm inclusive um programa de televisão próprio a partir do qual se tornou conhecido de todos. Nós, por outro lado, além de não contarmos com esses meios, somos a todo momento perseguidos. A nova lei eleitoral facilitou ainda mais para as emissoras e os candidatos dos patrões tirar a esquerda dos debates. Não há nada de democrático nessa eleição.

Mas contamos com a força militante de todos aqueles que veem na nossa candidatura uma expressão da sua voz, da sua luta, e que toma para si a necessidade de ter uma voz nossa, dos trabalhadores, jovens, mulheres, negros, indígenas e LGBTs para dizer o que pensamos também nas eleições. Por isso, queremos dizer a cada um que essa candidatura quer mais do que preparar a campanha para eleger nossa Bancada Revolucionária de Trabalhadores. Ela é uma candidatura para fazer ecoar a voz das lutas, e está a serviço de apontar a necessidade, impulsionar e fortalecer nossa mobilização em todos os momentos e nos preparar inclusive para depois das eleições poder enfrentar todos os ataques que estão preparando contra nós. Sabemos que não é possível mudar essa sociedade apenas com a mera atuação parlamentar – e não queremos alimentar em ninguém esse tipo de ilusão. Ainda que seja fundamental ocupar também esse espaço nas eleições e batalhar por um ponto de apoio em parlamentares de esquerda e revolucionários, isso deve estar a serviço de fortalecer nossa luta principal, que é nas ruas, nas greves, fora do parlamento, que é onde essas lutas se definem.

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Apresentação do Programa da Bancada Revolucionária de Trabalhadores

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